sexta-feira, 15 de agosto de 2008

édipo

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Ontem fui ao teatro com mamãe assistir Édipo.

Não dá pra dizer que fui sem expectativas – li a peça há uns 5 anos. Saí tentando encontrar minha opinião, o que neste caso é uma tarefa difícil. Não fui ao teatro muuuitas vezes na minha vida. Nunca tinha assistido uma encenação de Édipo.


Informações sobre o espetáculo:

Édipo
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(Teatro Adulto)
Data: 07, 14, 21 e 28/08
Horário: 21h
Ingresso: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Local: Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro: Rua 3, esq. com rua 9, Centro.Informações: 3524-2542

Ficha Técnica:
Roteiro: Adriana Veloso
Direção: Hugo Rodas
Elenco: Adriana Veloso e Tiago Benetti

Release
“A livre adaptação busca dar um novo enfoque à temas polêmicos como incesto, tabu e destino. Para isso o texto relaciona sentimentos, vida, jogo e tragédia humana. A escolha do tema partiu da necessidade de intervir e despertar uma sociedade anestesiada pelos meios de comunicação de massa, para questões mais profundas e catárticas. Durante o espetáculo, crenças antigas, que com o tempo acabaram tornando-se verdades absolutas, são repensadas e questionadas.”

Pois é. Não consegui identificar que crenças antigas são essas que foram repensadas e questionadas. Acho que o questionamento feito em relação a algumas poucas questões foi algo muito superficial. Como: o que você acha de uma mulher mais velha com um rapaz mais novo?

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Dei uma pesquisadinha e não encontrei nenhuma crítica sobre esta encenação da peça de Sófocles. Só alguns sites indicando o espetáculo:

O Veja Goiânia diz que a tragédia grega “ganha ares contemporâneos” inclusive graças à coreografia em tecidos. É. Isso eu até concordo. Uma parte legal foi essa mesma – as coreografias em tecidos. Inclusive, o que mais gostei foi o diálogo entre Édipo e um outro personagem (creio que um profeta) onde o rei descobre sua verdadeira história. Os dois personagens foram representados por um mesmo ator e uma das formas de identificação das falas foi o posicionamento físico no tecido: quando o ator é Édipo, ele está olhando para cima, conversando com alguém superior. Quando o ator é o profeta (ou algo parecido), ele está de cabeça para baixo, enrolado no tecido, olhando para baixo, conversando com alguém que, neste caso, é inferior. Que neste caso é Édipo.

O Veja Goiânia também diz que o espetáculo “trata dos temas incesto, tabu e destino de uma maneira ainda mais crua do que a original”. Concordo plenamente.

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No Guia da Semana encontrei: A encenação (...) pretende discutir temas como incesto, destino e tabu adaptando-os à realidade atual, cuja maioria das pessoas vive de modo apático às contradições sociais. Para tanto, a peça trata de crenças e verdades absolutas contrastando-as com o cotidiano repleto de sentimentos diversos (amor e ódio), que transformam o questionamento em elemento trágico.

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Na Revista eletrônica Nadia Tim encontrei o seguinte texto: Trata-se de uma adaptação livre que tenta dar um novo enfoque à polêmica incesto versus Tabu versus Destino.

Bom, não achei que o espetáculo dá um enfoque necessariamente novo à esta polêmica.

O espetáculo aborda as seguintes questões: até que ponto somos jogadores da vida ou joguete do destino? O certo e o errado é sempre o mesmo de todos os lados? Uma fatalidade te torna algoz ou vítima? Quando nos tornamos um ser abominável? Aos nossos próprios olhos ou aos olhos dos outros? O que seria da vida sem o condimento da loucura?
É. Saí mesmo pensando nisso...

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Pra concluir (sem finalizar), fiquei pensando em como gosto de sutilezas. De detalhes. Não sei (realmente não sei) se no teatro consigo encontrar sutilezas. De forma geral, achei esta peça um pouco gritada demais, barulhenta de mais, talvez óbvia de mais, um cadiquinho escancarada... Tudo muito preto e vermelho, muito tragédia. Eu sei, eu sei – é uma tragédia grega, ora!

Mas essa é a minha opinião hoje. Talvez amanhã já pense diferente.

E no fim das contas, acho que você deve ir ver o espetáculo. Acho mesmo.
(to precisando escutar uma segunda opinião)

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Na Revista Bula tá tendo uma discussãozinha sobre o espetáculo.

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Para saber mais sobre a tragédia grega Édipo Rei, de Sófocles:

Baixe o texto completo no site Domínio Público

Leia um resuminho – texto de André Gazola no site Lendo.org.

E aqui, mais um textinho sobre Édipo do site Burburinho, escrito por Nemo Nox.

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6 comentários:

Alfredo Bertunes disse...

Não gosto muito de teatro.

Tainá disse...

pois é. não sei se fui poucas vezes porquê acho difícil gostar de teatro, ou se não consigo gostar de teatro porque vou poucas vezes. Enfim, só me lembro de um espetáculo que realmente gostei e que iria outra vez. Agora, a coisa muda de figura quando o assunto é dança, alfredo.

Anônimo disse...

ai, o seu blog é tão cool...
adoro! rs.
fiquei com vontade de ver, mas sabe que eu nunca arrumo hora prá teatro? estranho. beijos!

Anônimo disse...

Eu só gosto do Fayad!!!

Tainá disse...

renata, muuuuuuito obrigada. gentileza sua.

sobre o teatro, pra gente, acaba sendo sempre a última opção. mas toda vez que vou, gostando ou não, fico achando que deveria ir mais. nos acompanha qualquer dia desses?

Tainá disse...

uai, amor, virou tiete do Fayad?